A onfalocele é uma condição complexa que se manifesta como um defeito central na parede abdominal do feto, resultando na protrusão de órgãos abdominais, como intestino, fígado e baço. Diferentemente da gastrosquise, a onfalocele é caracterizada pela presença de uma membrana que recobre os órgãos herniados.

O tamanho do defeito pode variar, assim como a quantidade de órgãos envolvidos, tornando cada caso único e desafiador. A onfalocele está associada a defeitos cardíacos e anomalias cromossômicas, adicionando uma camada de complexidade ao seu diagnóstico e tratamento.

Para os pais, enfrentar a onfalocele demanda não apenas atenção, mas também paciência, envolvimento e entrosamento com a equipe médica. Essa anomalia congênita impacta a parede abdominal do bebê ainda durante a gestação, frequentemente exigindo longos períodos de internação na UTI Neonatal após o nascimento.

Em cerca de 60 a 70% dos casos, a onfalocele é diagnosticada durante a fase pré-natal por meio de ultrassonografia, oferecendo à equipe médica a oportunidade de planejar e preparar os cuidados necessários para a chegada do bebê.

A incidência da onfalocele é de aproximadamente 1 a cada 4.000 a 6.000 nascidos vivos, sublinhando a importância de compreender e abordar essa condição de maneira adequada.

O tratamento da onfalocele é altamente personalizado, dependendo das condições clínicas do recém-nascido e do tamanho do defeito abdominal. Pode envolver curativos seriados e cirurgia realizada após semanas ou meses, ou, em alguns casos, a intervenção cirúrgica imediata após o nascimento.

O principal objetivo da cirurgia é remover a membrana que recobre os órgãos e reintroduzi-los na cavidade abdominal, seguido pelo fechamento da parede abdominal. A complexidade do procedimento varia conforme o tamanho da onfalocele, sendo que mesmo casos menos graves podem demandar semanas ou meses de cuidados e internação.

A onfalocele não está isenta de riscos, como infecções e perda de calor, sendo essencial que o médico neonatologista realize os cuidados necessários na sala de parto. O entrosamento contínuo com a equipe médica ao longo da internação é vital, proporcionando suporte emocional e informacional que tornam esse desafio mais leve para os pais.

Em face dos desafios apresentados pela onfalocele, a compreensão, apoio e colaboração entre a equipe médica, pais e o próprio bebê desempenham um papel crucial no percurso do tratamento e na busca por uma qualidade de vida plena.