O diagnóstico de cisto tireoglosso em uma criança pode gerar dúvidas e preocupações. A verdade é que o cisto tireoglosso pode variar de tamanho ao longo do tempo, sendo influenciado por fatores como secreção, inflamação e até mesmo infecção. No entanto, mesmo quando diminui temporariamente, não significa que tenha desaparecido, pois é uma condição congênita.
É importante entender que o tratamento é necessário, especialmente se o cisto aumentar de volume, causar sintomas ou indicar sinais de infecção. O manejo clínico inicial pode ser considerado, mas, geralmente, a cirurgia é recomendada para a remoção do cisto.
É lamentável que, em alguns casos, o diagnóstico seja feito tardiamente, muitas vezes devido à falta de encaminhamento para especialistas, como cirurgiões de cabeça e pescoço ou cirurgiões pediátricos. O período da infância é favorável para abordar e tratar o cisto tireoglosso.
É essencial destacar que o cisto tireoglosso é um remanescente embrionário encontrado em cerca de 7% da população. Apresenta-se como uma tumoração cística, arredondada, na linha média e superior do pescoço. Geralmente assintomático, é identificado com mais frequência quando a criança atinge a idade pré-escolar.
O tratamento é realizado por meio de cirurgia, envolvendo a ressecção completa do cisto e do trajeto do ducto tireoglosso, geralmente associada à remoção da porção central do osso hióide. Complicações, como infecção do cisto, são possíveis, mas a malignização é rara.
No pós-operatório, complicações como hematoma, seroma e infecção da ferida operatória podem ocorrer, mas são geralmente tratáveis. A recorrência do cisto é rara com uma cirurgia adequada.
Consultar um especialista pode proporcionar uma compreensão mais clara da situação e garantir o tratamento adequado.
Dra. Ana Paula Melro,
Cirurgia e Urologia Pediátrica
CRM 82303 | RQE 45277