O QUE É FIMOSE ? QUAIS SUAS POSSÍVEIS COMPLICAÇÕES?
O QUE É FIMOSE ? QUAIS SUAS POSSÍVEIS COMPLICAÇÕES?
Neste artigo, Dra Ana Paula Melro explica o que é fimose, suas causas, eventuais complicações.

Fimose é a dificuldade, ou mesmo a impossibilidade de expor a glande (“cabeça” do
pênis) quando o prepúcio (“pele” do pênis) tem um anel muito estreito.
   É natural que o prepúcio de um recém-nascido não consiga ser retraído, mas, com o crescimento, há
uma dilatação gradual e progressiva, de modo que aos 3 anos de idade já se torna possível exteriorizar a
glande em mais de 90 % dos meninos. 
   A fimose pode ser congênita ou adquirida.

   Na fimose congênita, o prepúcio recobre toda a glande que não consegue ser exteriorizada devido ao
estreitamento da porção distal do mesmo. 
   Na fimose adquirida, após a abertura natural do prepúcio, um processo cicatricial inflamatório pode
ser responsável pela estenose do prepúcio distal, por consequência de manipulação inadequada ou
postites de repetição. A fimose adquirida geralmente ocorre devido à lesão mecânica causada pelos pais e
cuidadores que tentam, através de manobras forçadas, exteriorizar a glande peniana.
   É importante a higiene do pênis e prepúcio durante o banho, porém as massagens ou exercícios
insistentes do prepúcio devem ser evitadas, pois estas manobras podem provocar microtraumatismos
com dor, inflamação local e até sangramentos. A cicatrização destes traumatismos pode levar a um estreitamento da abertura no prepúcio.

   Os exercícios, ao causarem dor e desconforto, criam na criança o medo de que alguém mexa no seu
genital. Este medo interfere na higiene peniana podendo promover o aparecimento de postites
(inflamações ou infecções do prepúcio) e até mesmo infecções urinárias. Essas manobras inadequadas
levam a fissuras na porção interna do prepúcio que, ao cicatrizarem, promovem a retração e estenose
da porção distal, piorando ainda mais o quadro de fimose.
   A cirurgia de correção da fimose é a postectomia, que consiste na retirada do excesso de prepúcio e
área estenótica, deixando a glande exposta. O procedimento é feito sob anestesia geral em regime
de hospital-dia. As complicações pós-operatórias são incomuns. O edema (inchaço) e pequeno
sangramento, próprios da cirurgia, normalizam em poucos dias.

   Embora seja uma situação muito comum nos meninos,  a fimose pode eventualmente apresentar
complicações. 
    A parafimose é um quadro onde o anel prepucial ultrapassa a glande, garroteando o corpo peniano e
dificultando o retorno sanguíneo. A glande aumenta então de volume, gerando um edema, provocando
dor e dificultando o retorno do prepúcio à posição inicial. Isto ocorre geralmente devido a uma
tentativa forçada de exteriorizar a glande no paciente com fimose.
   Quando isso acontece, trata-se de uma condição de emergência! - Além da dor intensa e inchaço
progressivo, há o risco, ainda que pequeno, de sofrimento vascular da glande. Nos casos de
parafimose, o paciente deve ser submetido à redução manual forçada, com uso de anestésicos tópicos. Na
impossibilidade do tratamento conservador, deve ser submetido a tratamento cirúrgico, com secção do
anel prepucial.
    Outra complicação possível da fimose é a balanopostite. A criança com fimose apresenta
dificuldade na higiene do espaço balonoprepucial, ocasionando um meio de cultura para bactérias, o
que pode determinar o processo inflamatório entre prepúcio e glande. Neste caso, há hiperemia, calor e
dor local. Nas infecções mais intensas pode haver saída de pus pelo meato prepucial ou ainda, evoluir
com dificuldade para micção. O tratamento indicado é antibioticoterapia tópica e/ou por via oral
associada aos banhos de assento. Na presença de surtos de balanopostites, a população bacteriana
local pode ascender para o trato urinário provocando infecção urinária.
Em caso de fimose, é muito importante a avaliação médica de um cirurgião ou urologista pediátrico. 

Dra. Ana Paula Melro CRM 82303 é médica especialista em Cirurgia Pediátrica pela
Associação  Brasileira de Cirurgia Pediátrica, formada pela PUC – CAMPINAS, com Mestrado em
Cirurgia pela UNICAMP.

Dra. Ana Paula Melro
CRM 82303 SP - RQE 45277.

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