Quando uma criança necessita de uma cirurgia, é muito comum que pais e familiares
fiquem apreensivos. A criança também sofre e tem medo do desconhecido.
O Cirurgião Pediátrico é um profissional preparado que irá orientar a criança e a
família, amenizando a angústia e o medo, esclarecendo dúvidas e assegurando uma
boa compreensão da doença e do tratamento proposto.
A maioria das cirurgias pediátricas são ambulatoriais, ou seja, são realizadas em
regime de hospital-dia e a criança recebe alta hospitalar no mesmo dia. Isto é muito
importante para a criança-paciente, pois diminui o estresse da separação do ambiente
familiar, de objetos queridos e da rotina alimentar, além de diminuir os riscos
de infecção hospitalar.
A anestesia geral é necessária na grande maioria das cirurgias pediátricas, portanto é
muito importante que a criança seja avaliada pela equipe de anestesia do hospital
onde será realizada a cirurgia. Não existe um "”teste", mas a consulta com o
anestesiologista permite a avaliação da saúde da criança, peso, doenças associadas
anatomia da cavidade oral e vias áreas, e possibilita orientar a família e a criança quanto
ao procedimento anestésico ( via inalatória e/ou venosa ) e sobre os exames pré
operatório necessários .
Geralmente, nas cirurgias ambulatoriais de pequeno porte o hemograma (exame de
sangue) é suficiente. Nos casos de cirurgias mais complexas, o cirurgião pediátrico e
a equipe de anestesia determinarão os exames necessários.
A avaliação cardiológica é sempre necessária nas crianças portadoras de sopro
cardíaco ou alguma má formação cardíaca.
O jejum é a medida de segurança de extrema importância e universalmente adotada.
Em condições normais, o organismo apresenta reflexos que impedem que alimentos,
saliva ou outras secreções entrem na traqueia. A anestesia geral bloqueia estes
reflexos e o jejum visa reduzir o risco de aspiração do conteúdo gástrico para os
pulmões.
O tempo de jejum varia de acordo com o tipo de alimento e será orientado pela
equipe de anestesiologia e cirurgião pediátrico.
A criança em jejum para cirurgia pode ficar irritada, mas isso não traz nenhum
prejuízo maior e a protege no momento da cirurgia/anestesia.
Durante a cirurgia, não é permitido a presença de familiares na sala cirúrgica, devido
a dois motivos muito importantes: evitar os riscos de infecção e evitar alterações na
rotina cirúrgica.
Após a cirurgia, a criança é encaminhada para sala de recuperação anestésica, até
recobrar a consciência e estar alerta para ir para enfermaria. Uma vez no quarto, a
criança poderá se alimentar de acordo com a prescrição médica.
Após o procedimento cirúrgico ambulatorial, a criança operada retorna para suas
atividades em 2 a 3 dias, mas deve permanecer afastada da escola por um período de
cerca de 8 a 10 dias.
Esportes ou atividades que possam traumatizar a região operada devem ser
suspensas por um período de 21 a 30 dias, tais como esportes de luta, futebol, andar
de bicicleta /skate ou patins, pula -pula ou cama elástica. O período de afastamento
pode ser variável de acordo com a cirurgia e idade da criança.
Vale lembrar que cada cirurgia pode envolver cuidados pré e pós-operatórios
específicos, por isso é tão importante seguir a orientação do cirurgião pediátrico, que é
fornecida de acordo com cada caso.
Dra. Ana Paula Melro
CRM 82303 SP - RQE 45277.